Pesquisar neste blogue

Übersetzung in Ihre Sprache

Número total de visualizações de páginas

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Mercado Imobiliário Nacional: a lei dos solos

Mercado Imobiliário Nacional: a lei dos solos


A recente introdução da chamada “Lei dos Solos” está a gerar discussões acesas sobre o impacto que poderá ter na resolução da crise da habitação em Portugal. O Decreto-Lei n.º 117/2024, de 30 de Dezembro, estabelece um novo regime para a reclassificação de terrenos rústicos em urbanos, simplificando o processo e permitindo a transformação de terrenos não edificados em áreas urbanizáveis, desde que cumpram um conjunto de requisitos.

Esta medida surge num momento crítico, em que o país enfrenta uma grande pressão por mais espaços habitacionais, particularmente em zonas de elevada procura. No entanto, embora a medida possa proporcionar uma resposta rápida à necessidade de novas habitações, levanta também questões importantes sobre o seu impacto ambiental, social e económico.

Neste artigo, analisamos o potencial desta nova legislação, as suas implicações para a gestão do território e os possíveis efeitos a longo prazo na sustentabilidade e qualidade de vida das populações.

O que prevê o novo Decreto-Lei?

O novo diploma introduz uma importante possibilidade para o ordenamento do território: a reclassificação de terrenos rústicos como urbanos. No entanto, para que essa transformação ocorra, há uma condição fundamental: pelo menos 70% da área total de construção acima do solo (ou seja, 700 metros quadrados por cada 1.000 metros quadrados) deverá ser destinada a habitação pública ou a habitação com “valor moderado”.

O conceito de “valor moderado” procura tornar a habitação mais acessível. O preço por metro quadrado de construção não poderá ser superior à mediana do preço de venda nacional ou, se for superior, deverá ficar limitado a 125% da mediana do preço praticado no concelho onde se localiza o terreno.

Ou seja, a medida pretende garantir que a requalificação de terrenos rústicos seja focada essencialmente em soluções habitacionais acessíveis. No entanto, a sua eficácia dependerá da realidade do mercado imobiliário em cada região, uma vez que os preços médios variam significativamente entre diferentes zonas do país. Assim, em áreas metropolitanas com preços elevados, o impacto na redução dos valores poderá ser limitado, enquanto em regiões de menor procura poderá ter um efeito mais significativo.

A decisão de reclassificar um terreno caberá à Assembleia Municipal, com base numa proposta da Câmara Municipal local. O decreto simplifica este processo ao dispensar a necessidade de aprovação por entidades superiores, como a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR). Embora esta mudança torne a conversão de terrenos mais rápida e menos burocrática, levanta também preocupações quanto à transparência e à possível influência de interesses privados nas decisões municipais. A flexibilização pode facilitar o desenvolvimento habitacional, mas exige um acompanhamento rigoroso para evitar usos indevidos e especulação imobiliária.

Entrada em vigor

O diploma entrará em vigor 30 dias após a sua publicação, ou seja, a partir de 30 de Janeiro de 2025.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sábado, 22 de fevereiro de 2025

A História de uma mãe que perdeu o contacto com o filho após Adopção

A História de uma mãe que perdeu o contacto com o filho após Adopção


Revista Repórter X: Como se sentiu ao saber que o seu filho foi adoptado sem o seu consentimento?

Mãe (anónima): Foi um choque. Eles disseram-me que a adopção seria temporária, mas afinal era permanente. Fui mantida afastada e não me permitiram ter qualquer contacto com ele. Era como se eu não existisse. Só anos depois é que comecei a descobrir a verdade sobre o que realmente aconteceu.

Revista Repórter X: O que mais lhe incomodou neste processo?

Mãe (anónima): A falta de transparência, sem dúvida. Eu fui informada de muito pouco, e mesmo quando tentava obter respostas, a KESB não me dava informações claras. O que mais me incomoda é saber que os documentos foram alterados e que as decisões foram tomadas sem o meu conhecimento.

Revista Repórter X: O que acha que deveria mudar no sistema de adopção da Suíça?

Mãe (anónima): Acredito que as autoridades precisam de ser mais transparentes. Não se trata apenas de proteger as crianças, mas também de respeitar os direitos dos pais. Não é justo que nos deixem de fora das decisões que envolvem as nossas próprias famílias. Precisa de haver mais controlo sobre o processo e uma maior envolvência dos pais biológicos.

Revista Repórter X: O que espera para o futuro das adopções na Suíça?

Mãe (anónima): Espero que as autoridades revejam os seus processos e que as famílias não passem pelo que eu passei. Ninguém deve ser privado de saber onde está o seu filho ou de poder manter uma relação com ele. A adopção deve ser feita de forma clara e justa para todos. Na adopção tem e deve ser da mesma forma que famílias de acolhimento no qual os pais podem ver os filhos, falo de casos gerais sobre a necessidade de entrega de crianças a famílias de acolhimento ou para adopção, no entanto sabemos de casos de retirada de filhos pela Kesb sem justificação e esse é ainda um crime maior. 

Revista Repórter X Editora Schweiz

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Projeto de Lei n.º 533/XVI/1.ª Consagra o acesso ao passaporte especial para os funcionários consulares em funções no estrangeiro, alterando o Decreto-Lei n.º 83/2000, de 11 de maio

Projeto de Lei n.º 533/XVI/1.ª

Consagra o acesso ao passaporte especial para os funcionários consulares em funções no estrangeiro, alterando o Decreto-Lei n.º 83/2000, de 11 de maio


Os trabalhadores dos Serviços Periféricos Externos do Ministério dos Negócios Estrangeiros em exercício de funções no estrangeiro desempenham um papel crucial na prossecução do interesse do Estado na relação com a diáspora portuguesa, provendo os serviços necessários à sua integração nos países de acolhimento e à sua relação com Portugal, no cumprimento do artigo 14.º da Constituição da República Portuguesa.

Para o cabal exercício das funções previstas no Regulamento Consular, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 51/2021, de 15 de junho, nomeadamente para o exercício das funções descritas nos artigos 28.º e 30.º, que implicam a deslocação de trabalhadores fora do posto consular, é fundamental que estes se encontrem munidos de identificação formal e oficial que documente a qualidade de funcionários em missão fora do posto consular no Estado recetor, de modo a evitar percalços e perturbações no exercício das suas funções.

A identificação dos trabalhadores do SPE do MNE fora do posto é da maior importância quando considerados os privilégios e imunidades previstos na Convenção sobre Relações Consulares, à qual Portugal aderiu através da aprovação do Decreto-Lei n.º 183/72, de 30 de maio. Se, por um lado, o diploma prevê a liberdade de deslocação no seu artigo 34.º, facilitando a mobilidade dos funcionários fora do posto, por outro, protege também os funcionários consulares e estabelece a sua inviolabilidade pessoal (artigo 40.º e seguintes), bem como a inviolabilidade dos documentos consulares (artigo 33.º).

A prestação de funções consulares fora do posto consular acarreta, nalguns países, um acréscimo de risco para a segurança pessoal dos funcionários e para o transporte de valores, documentos e bens do Estado português. A tutela dos seus trabalhadores e dos seus bens deve então ser assegurada pelo Estado, para que sejam devidamente aplicados os privilégios e imunidades previstos na Convenção sobre Relações Consulares, através da concessão de passaporte especial para todos os seus funcionários, que até há pouco tempo tinha o nome de "passaporte de serviço". São inúmeros os países que atribuem o passaporte especial a todos os seus funcionários, sem dependerem da discricionariedade da tutela, de que são exemplo a Espanha, Bélgica, Brasil, França ou Estados Unidos da América.

A presente iniciativa tem também como desígnio atualizar a legislação relativa à emissão de passaporte especial perante as alterações legislativas ocorridas desde o início da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 83/2000, dos trabalhadores dos SPE do MNE.

A atual redação do Decreto-Lei n.º 83/2000, de 11 de maio, estabelece que a competência da concessão deste tipo de passaporte depende da concessão por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros, nos termos do seu artigo 31.º, n.º 1, alínea a). Com vista à desburocratização administrativa, como condição e meio para a melhoria da relação do Estado com os cidadãos e com os funcionários do Estado, a presente alteração legislativa traduz-se no reconhecimento da necessidade imperativa de concessão do passaporte especial para todos os trabalhadores dos SPE do MNE, corrigindo as dificuldades no acesso àquele passaporte.

Com vista a corrigir uma situação que pretende melhorar a relação entre o Estado português, através dos funcionários dos serviços periféricos externos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e os portugueses residentes no estrangeiro, e garantir que as suas missões decorrem sem percalços, procede-se à alteração do Decreto-Lei n.º 83/2000, de 11 de maio, instituindo assim o direito dos funcionários consulares em exercício de funções no exterior a terem um passaporte especial para o exercício cabal das suas funções em representação do Estado Português no apoio aos cidadãos portugueses no estrangeiro.

Assim, nos termos constitucionais e regimentais aplicáveis, os Deputados abaixo-assinados do Grupo Parlamentar do Partido Socialista apresentam o seguinte projeto de lei:

Artigo 1.º

Objeto

A presente lei consagra o acesso ao passaporte especial para os funcionários consulares em funções no estrangeiro, alterando o Decreto-Lei n.º 83/2000, de 11 de maio.

Artigo 2.º

Alteração do Decreto-Lei n.º 83/2000, de 11 de maio

São alterados os artigos 30.º e 31.º do Decreto-Lei n.º 83/2000, de 11 de maio, que passam a ter a seguinte redação:

Artigo 30.º

1 - Têm direito à titularidade do passaporte especial: a) [...] b) [...] c) [...] d) [...] e) [...] f) Os funcionários dos quadros de pessoal dos serviços centrais e periféricos externos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em posto no estrangeiro, quando não tenham direito à emissão do passaporte diplomático e que possuam unicamente nacionalidade portuguesa; g) [Atual alínea f)]

2 - Podem ser também titulares do passaporte especial: a) [...] b) [...] c) [Revogado] d) [Revogado] e) [Revogado] f) [...]

3 - [...]

Artigo 31.º

1 - São competentes para a concessão de passaporte especial, com a possibilidade de delegação e de subdelegação: a) O membro do Governo responsável pelas áreas dos Negócios Estrangeiros sempre que as situações ocorrem fora do território nacional ou nos casos a que se referem as alíneas f) e g) do n.º 1 do artigo anterior; b) [...] c) [...]

2 – [...] 3 – [...] 4 – [...] 5 – [...]

Artigo 3.º

Norma revogatória

São revogadas as alíneas c) a e) do n.º 2 do artigo 30.º do Decreto-Lei n.º 83/2000, de 11 de maio.

Artigo 4.º

Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no primeiro dia do segundo mês seguinte à sua publicação.

Palácio de São Bento, 7 de fevereiro de 2025

As Deputadas e os Deputados

Paulo Pisco

João Paulo Rebelo


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

O fim da língua portuguesa no Brasil

O fim da língua portuguesa no Brasil 


Brasil deixará de usar o português para adotar um novo idioma… Você está preparado?

Português no Brasil pode dar lugar a um novo idioma! Entenda as transformações históricas que explicam por que a língua do país está cada vez mais distante do português europeu e o que isso significa para a identidade nacional.

O Brasil está prestes a enfrentar uma revolução linguística que pode mudar sua identidade para sempre.

Uma transformação histórica e cultural está em andamento, e o idioma que conhecemos pode estar com os dias contados.

Mas como seria o futuro de um país onde o português deixa de ser a língua oficial? A resposta pode surpreender você.

As raízes históricas de uma transformação

A história da língua portuguesa está profundamente ligada às influências culturais e territoriais que moldaram a Península Ibérica.

O português, como o conhecemos hoje, teve suas origens no antigo Reino da Galiza, localizado no noroeste da Península, onde o galego começou a se formar após a queda do Império Romano.

O idioma evoluiu em meio a um mosaico de línguas e culturas, incluindo o domínio árabe em Lisboa, onde se falava o moçárabe, um dialeto influenciado pelo árabe e pelo latim.

Enquanto isso, o galego, língua-mãe do português, ganhava força e influenciava territórios ao sul, moldando o idioma que chegaria ao Brasil séculos depois.

Com o passar do tempo, o galego perdeu prestígio e foi absorvido por influências espanholas e portuguesas, mas deixou marcas importantes no português falado no Brasil.

Expressões como o famoso “oxente” nordestino e o uso de diminutivos como “cafezinho” têm raízes na Galícia, evidenciando essa conexão histórica.

Do português ao “brasileiro”: um caminho natural?

Para o linguista Fernando Venâncio, em entrevista à BBC Brasil, o distanciamento linguístico entre Brasil e Portugal é inevitável e reflete as diferenças culturais e sociais que se aprofundaram ao longo de séculos.

Ele aponta que, no Brasil, a língua portuguesa foi adaptada e enriquecida por influências indígenas, africanas e até mesmo de outros idiomas europeus, como o italiano e o alemão.

Uma das evidências mais claras dessa transformação é o vocabulário.

Enquanto no Brasil se fala “geladeira”, em Portugal se usa “frigorífico”.

Essa diferença, que parece simples, é apenas uma das muitas que demonstram a evolução independente da língua brasileira.

Além disso, o linguista destaca que elementos do português brasileiro, como a entonação mais suave e a estrutura gramatical simplificada, estão distantes do português europeu formal.

Ele sugere que essa evolução é um processo natural em línguas vivas, especialmente em um país tão grande e diverso como o Brasil.

O impacto cultural dessa mudança

A possível separação entre o português e o “brasileiro” não é apenas uma questão linguística; ela também reflete questões de identidade cultural e autonomia histórica.

Embora as normas gramaticais e formais ainda sejam semelhantes, a língua cotidiana no Brasil já é amplamente distinta da de Portugal.

Por outro lado, muitos linguistas argumentam que ainda há unidade suficiente para considerar as duas variantes como parte de uma única língua.

Eles apontam para a manutenção de estruturas fundamentais, como os artigos, pronomes e preposições, que permanecem praticamente inalterados em ambos os países.

No entanto, Venâncio acredita que o surgimento do “brasileiro” é inevitável.

Ele compara a situação ao que aconteceu com o latim, que deu origem a diversas línguas modernas, como o italiano, o francês e o espanhol.

> “Não se trata de uma ruptura, mas de uma evolução”, afirma.



Estamos prontos para um novo idioma?

Apesar de a ideia de um “novo idioma” parecer drástica, ela está enraizada em processos históricos e culturais que vêm se desenrolando há séculos.

A questão central é: o Brasil está preparado para abraçar uma identidade linguística própria, distinta do português europeu?

Essa mudança traria implicações profundas para a identidade nacional, o sistema educacional e até mesmo as relações internacionais.

O que significa, afinal, deixar para trás a língua que carregamos por mais de 500 anos?

Embora a separação entre o português e o “brasileiro” possa soar como uma perda, ela também pode ser vista como um marco de autonomia cultural.

Será que o Brasil está pronto para dar esse passo? Ou seria essa apenas uma transformação natural que ainda levará séculos para se consolidar?

Alisson Ficher

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Negligência médica na Suíça na primeira pessoa

Negligência médica na Suíça na primeira pessoa; Eugénia CunhaScarpellino

 

Suíça retira filhos para adopção e famílias de acolhimento, traduz-se na mesma coisa, veja porquê!

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

DEBATE SOBRE O NOVO ESTATUTO DA CARREIRA DIPLOMÁTICA E VALORIZAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS CONSULARES

INTERVENÇÃO
DEPUTADO PAULO PISCO

DEBATE SOBRE O NOVO ESTATUTO DA CARREIRA DIPLOMÁTICA E VALORIZAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS CONSULARES
20 de fevereiro de 2025


Os nossos diplomatas e funcionários consulares desempenham um papel crucial na afirmação e projeção de Portugal no mundo e no apoio às comunidades portuguesas, que são vastas e influentes. Por isso, tanto uns como outros precisam de estar motivados, sentirem-se reconhecidos e ter as condições e os meios para servir de forma eficiente o país e a diáspora.

Discutimos hoje o novo Estatuto da Carreira Diplomática, que vem trazer uma lufada de ar fresco à nossa diplomacia, tornando a carreira mais aberta, atrativa e adaptada aos tempos de hoje, com os seus desafios próprios e sempre muito exigentes. E discutimos também um conjunto de iniciativas legislativas que melhoram as condições de trabalho dos funcionários consulares no exterior, entre elas uma apresentada pelo PS que facilita o acesso ao passaporte especial, conhecido no passado como "passaporte de serviço".

A revisão do Estatuto da Carreira Diplomática era uma necessidade já com mais de duas décadas e é justo referir que os primeiros passos foram dados com o anterior ministro do PS João Cravinho. De resto, o Parlamento deu já um importante contributo para a melhoria das condições de trabalho dos diplomatas ao aprovar, no Orçamento de Estado para 2025, com o apoio do PS, o aumento dos abonos de representação e de habitação, faltando agora que o Governo cumpra com a sua implementação.

No novo estatuto, há alguns aspetos que merecem ser postos em evidência, como o fim da passagem à disponibilidade em razão da idade, o que tem bloqueado a progressão na carreira de muitos diplomatas de grande valor, com provas dadas de dedicação ao serviço do país e das comunidades. Destacam-se também as alterações ao sistema de avaliação do desempenho, que é agora mais justo e transparente, e o reconhecimento do tempo de serviço no Serviço Europeu de Ação Externa para efeitos de carreira. Importante ainda é o respeito pela igualdade de género e a melhoria na formação dos adidos de embaixada.

E se é verdade que a nossa diplomacia tem um enorme prestígio e espírito de missão, não podemos ignorar que, por vezes, os recursos materiais e humanos são escassos para que a política externa esteja à altura das ambições que a nossa história e projeção no mundo exigiriam. É preciso que a carreira diplomática seja atrativa de forma a evitar que haja mais postos do que candidatos, o que agora acontece em alguns casos. Tal como é absolutamente necessário que haja um número adequado de diplomatas em países estratégicos para Portugal, designadamente em determinadas capitais, nos países da CPLP ou onde existem comunidades portuguesas importantes. Com efeito, a presença portuguesa no mundo não pode deixar de ser considerada como uma poderosa alavanca para as nossas relações bilaterais e afirmação global, devido à sua enorme influência e enraizamento nas sociedades de acolhimento.

A nível dos funcionários consulares, o Partido Socialista apresenta um projeto de Lei que consideramos muito relevante para o reconhecimento da sua importância, mas, acima de tudo, para o bom desempenho das suas funções no exterior e para a sua segurança e proteção. A concessão de um passaporte especial, a exemplo do que acontece em muitos outros países, é um instrumento essencial de proteção dos nossos funcionários sempre que estão em missão fora do posto, seja quando fazem permanências consulares e levam consigo equipamentos, documentos e dinheiro, ou quando se deslocam a prisões, hospitais ou fazem outro tipo de deslocações para servir as comunidades. Além de ser uma importante forma de reconhecimento da sua função, o que nem sempre é evidente por parte do Governo e do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Tem-se exigido sempre mais dos funcionários, mas nem sempre se têm dado as devidas contrapartidas.

E fazemos estas afirmações com a autoridade de quem resolveu muitos dos problemas salariais dos funcionários consulares, com ajustamentos nos descontos em IRS, na atualização das remunerações mais adaptadas aos custos de vida elevados ou com as atualizações dos mecanismos de correção cambial, e ainda para que ninguém ganhasse abaixo do salário mínimo dos países onde estão, o que é manifestamente incompatível com a importância das funções exercidas.

Uma palavra ainda para a necessidade de ser resolvido, de uma vez por todas, o problema salarial dos funcionários no Brasil, para pôr fim a uma desvalorização cambial que nos últimos anos engoliu metade do seu salário e para evitar mais conflitos judiciais inúteis. É tempo agora de concluir as negociações que tinham sido iniciadas pelo anterior Governo para que os salários, que no final de 2022 tiveram um aumento de perto de 50%, possam ser pagos em euros, para poupar os servidores do Estado a dificuldades no seu quotidiano e evitar casos de corrupção que tais debilidades potenciam.

Por isso, senhoras e senhores deputados, hoje é um dia muito importante para a nossa diplomacia, para os nossos diplomatas, para os nossos funcionários dos serviços externos e, claro, também para as nossas comunidades.

Obrigado.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Filho foi para adopção e já fez 16 anos e mãe desesperada não sabe do filho, além disso perdeu o segundo filho para uma família de acolhimento e ainda assim a proíbem de ver o seu filho...

Trump e a ameaça da deportação em massa

Trump e a ameaça da deportação em massa


Os Estados Unidos tornaram-se um país muito mais xenófobo e racista, apesar da taxa de desemprego se manter abaixo dos 4%.

Paulo Pisco

A ameaça de Donald Trump de deportar 11 milhões de imigrantes deve ser levada a sério, por mais cruel e insensata que possa parecer. E não diz respeito apenas a cidadãos latino-americanos, mas também a portugueses, muitos dos quais vivem, trabalham e pagam impostos nos Estados Unidos há muitos anos.

O contexto mudou relativamente ao primeiro mandato de Trump, que substituiu o slogan "construam o muro" por "deportação em massa", tornando o combate à imigração uma das principais bandeiras da sua campanha. Ele prometeu realizar a maior deportação em massa de sempre, fazendo declarações como "somos um depósito de lixo para o mundo" e associando frequentemente os migrantes à criminalidade, como costuma fazer a extrema-direita, mesmo sem fundamentos para tal.

Agora, neste segundo mandato, o presidente americano está mais livre para cumprir os seus objetivos, pois possui poder sólido no Congresso e nomeou pessoas leais e com perfil para executar essas medidas sem compaixão. Entre elas está Stephen Miller, defensor da proibição de entrada nos Estados Unidos de cidadãos de países muçulmanos, da construção do muro na fronteira com o México e da separação dos filhos dos pais que entraram no país irregularmente. Também Thomas Homan, nomeado diretor do Immigration and Customs Enforcement, conhecido como o "czar" das fronteiras.

A deportação em massa custará ao erário público biliões de dólares e terá um impacto brutal nas remessas dos emigrantes nos seus países de origem. Só para o México, as remessas cifram-se em cerca de 60 mil milhões de dólares anuais.

A xenofobia aumentou de tal forma que não são apenas visados os indocumentados que desempenham trabalhos pouco qualificados, mas também aqueles que vão para o país com elevadas qualificações. A polémica estalou recentemente, quando setores mais extremistas dentro do Partido Republicano contestaram a facilidade com que estavam a ser atribuídos os vistos H-B1, concedidos a imigrantes altamente qualificados, muito utilizados por Elon Musk para captar trabalhadores para as suas empresas de elevado componente científico e tecnológico.

E é por todo este contexto que também a comunidade portuguesa nos Estados Unidos está a passar por momentos de grande ansiedade, como aconteceu no primeiro mandato de Donald Trump, quando ele abriu caminho à deportação de imigrantes, pondo fim ao Programa DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals), uma medida implementada em 2012 pelo presidente Obama. O programa protegeu da deportação várias centenas de milhares de imigrantes que chegaram ainda crianças aos Estados Unidos, permitindo-lhes viver, estudar e trabalhar legalmente no país. Pela sua desumanidade, esta política cruel foi interrompida em 2018, deixando ainda cerca de 1.400 crianças que não conseguiram ser reunidas com os pais.

Apesar da presença histórica dos portugueses nos Estados Unidos, que rondará um milhão e meio entre nacionais e lusodescendentes, e da relação transatlântica ser desde sempre um dos eixos centrais da nossa política externa, isso em nada significa que os nossos compatriotas estejam protegidos. Pelo contrário, responsáveis associativos afirmam que há alguns milhares de portugueses em risco de serem deportados.

O dever de Portugal e do Governo português é, portanto, fazer tudo para minorar o impacto desta política anunciada pelo Presidente dos Estados Unidos, que visa concretizar a deportação em massa.

Como a extrema-direita sabe, o discurso contra os imigrantes rende votos, por mais falso e manipulador que seja. Nos Estados Unidos, como em Portugal – só que agora toca aos portugueses verem-se na situação que os extremistas defendem para os estrangeiros no nosso país.

Os Estados Unidos tornaram-se um país muito mais xenófobo e racista, apesar da taxa de desemprego se manter abaixo dos 4%. Isso significa que os imigrantes, que fazem parte dos 11 milhões a ser deportados, são necessários para fazer a economia funcionar. Estimativas apontam que cerca de sete dos 11 milhões de indocumentados que a nova administração quer deportar estejam inseridos no mercado de trabalho, representando cerca de 5% da força laboral, o que pode ter consequências catastróficas para vários setores de atividade e para o consumo nos Estados Unidos.

Paulo Pisco



Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Albert Einstein quem era!

Linha do tempo da vida de Albert Einstein


1879
Nascido de Hermann Einstein (um vendedor de colchões de penas) e sua esposa Pauline em Ulm, Alemanha.

1884
Recebe sua primeira bússola nessa época, inspirando uma busca ao longo da vida para investigar os mistérios do mundo natural.

1889
Estabelece-se em um programa de autoeducação aos 10 anos e começa a ler o máximo possível sobre ciência.

1894
Fica em Munique para terminar o ano letivo depois que seus pais se mudam para Pavia, Itália. Dura apenas um semestre sozinho e depois segue sua família para a Itália.

1895
Tenta pular o ensino médio fazendo um exame de admissão para a Politécnica Suíça, uma universidade técnica de ponta, mas é reprovado na parte de artes. Sua família o envia para a cidade suíça de Aarau para terminar o ensino médio.

 1896
Conclui o ensino médio aos 17 anos e se matricula na ETH (Escola Politécnica Federal) em Zurique.

1898
Apaixona-se por Mileva Maric, uma colega sérvia da ETH.

1900
Conclui a ETH.

1901
Torna-se cidadão suíço e, desempregado, procura trabalho. Conhece Maric no norte da Itália para um encontro, e ela engravida. No outono, ele encontra trabalho em Schaffhausen, Suíça, como tutor. Maric, visivelmente grávida, muda-se para Stein am Rhein, três milhas rio acima. Ela então retorna à casa dos pais para dar à luz seu filho. Einstein se muda para Berna.

1902
Em janeiro, Maric dá à luz sua filha, Lieserl, que eles eventualmente colocam para adoção. Lieserl supostamente fica doente, e então todos os registros dela desaparecem. Einstein aceita um emprego no Escritório de Patentes da Suíça. Hermann Einstein fica doente e morre.

1903
Casa-se com Maric em janeiro.

1904
Maric dá à luz seu primeiro filho, Hans Albert.

1905
Publica, aos 26 anos, cinco artigos inovadores, tornando este seu "annus mirabilis", ou ano milagroso. Um dos artigos apresenta sua teoria especial da relatividade e outro E = mc2.

1906
Continua trabalhando como examinador no Escritório Suíço de Patentes em Berna.

1907
Começa a aplicar as leis da gravidade à sua teoria especial da relatividade.

1910
Nasce o filho Eduard.

1911
Muda-se com sua família para Praga, onde recebe uma cátedra titular na Universidade Alemã de lá. Participa da Conferência Solvay, somente para convidados, em Bruxelas, a primeira conferência mundial de física; ele é o físico mais jovem lá.

 1912
Muda-se com a família para Zurique, onde se torna professor de física teórica na ETH.
1913

Trabalha em sua nova teoria da gravidade.
1914

Torna-se diretor do Instituto Kaiser Wilhelm em Berlim e professor de física teórica na Universidade de Berlim. Maric e os filhos se mudam para lá em abril, mas retornam a Zurique depois de três meses. O processo de divórcio começa. Em agosto, a Primeira Guerra Mundial começa.

1915
Conclui a teoria geral da relatividade.

1917
Desmaia de exaustão e fica gravemente doente. Cuida da saúde de sua prima Elsa Löwenthal. Publica seu primeiro artigo sobre cosmologia.

1919
Casa-se com Löwenthal. Em 29 de maio, um eclipse solar fornece provas da teoria geral da relatividade.

 1922
Recebeu o Prêmio Nobel de Física de 1921.

1927
Participa da quinta Conferência Solvay e começa a desenvolver a base da mecânica quântica com Niels Bohr.

1928
Começa a perseguir sua ideia de uma teoria de campo unificada.

1932
Como judeu, começa a sentir o calor da Alemanha nazista. Agora, aos 53 anos, no auge de sua fama.

1933
Embarca com Löwenthal para os Estados Unidos. Estabelece-se com ela em Princeton, Nova Jersey, onde assume um posto no Instituto de Estudos Avançados.

1936
Löwenthal morre após uma breve doença.

1939
Escreve uma carta famosa ao presidente Franklin Roosevelt pouco depois do início da Segunda Guerra Mundial, que alerta sobre a possibilidade de a Alemanha construir uma bomba atômica e incentiva a pesquisa nuclear.

1940
Torna-se cidadão americano (mantém sua cidadania suíça).

 1949
Morre a ex-esposa Maric.

1955
Morre de insuficiência cardíaca em 18 de abril.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial